ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO


Como ponto de partida é importante apontar o reconhecimento crescente de que uma boa educação para todos não significa uma educação idêntica para todos. Em função deste reconhecimento, tem sido salientada a necessidade de o professor estar equipado para propiciar uma educação de boa qualidade, levando em conta as diferenças individuais e encorajando o desenvolvimento de habilidades diversas, talentos e competências.

Desfazendo ideias errôneas!

Superdotado e gênio como sinônimos: é comum acreditar que para ser considerado superdotado o indivíduo necessariamente tenha que apresentar um desempenho surpreendentemente significativo e superior desde muito jovens, ou dado contribuições originais na área científica ou artística reconhecidas como de inestimável valor para a sociedade.

O superdotado tem recursos intelectuais suficientes para desenvolver por conta própria o seu potencial superior: Acredita-se ser desnecessário o estímulo a uma criança superdotada.

O superdotado se caracteriza por um excelente rendimento acadêmico: Nem sempre os alunos superdotados têm um bom rendimento.

A participação em programas especiais fortalece uma atitude de arrogância e vaidade no aluno superdotado: Dados empíricos demonstram que isso não ocorre, o atendimento especial gera na verdade um aluno mais satisfeito.

Estereótipo do superdotado como um aluno franzino, do gênero masculino, de classe média e com interesses restritos especialmente à leitura: Não existe um estereótipo, os superdotados formam um grupo muito heterogêneo.

Valores culturais a favor de um atendimento especial apenas a alunos com distúrbio de conduta e deficiência: Existe uma preocupação muito grande com o grupo citado, e os superdotados acabam sendo deixados de lado, a educação é voltada para alunos médios e abaixo da média.

O superdotado tem maior predisposição a apresentar problemas sociais e emocionais: Não existe tal predisposição.

A superdotação não é independente do meio, é necessário estímulo. Nenhuma criança nasce superdotada, apenas com o potencial para superdotação, embora todas as crianças tenham um potencial surpreendente apenas aquelas que tiverem a sorte de terem oportunidades de desenvolverem seus talentos e singularidades em um ambiente que responda aos seus padrões particulares e necessidades, serão capazes de atualizar da forma mais plena as suas habilidades.

Indivíduos com altas habilidades/superdotação não constituem um grupo homogêneo, variando tanto em habilidades cognitivas quanto nível de desempenho e personalidade. Tal conceito leva à análise de um conceito moderno de inteligência, o modelo proposto por Gardner é o mais aceito, ele defende que a inteligência se divide da seguinte forma:

Linguística: habilidades envolvidas na leitura e na escrita; Musical: habilidades inerentes a atividades de tocar um instrumento, cantar, compor; Lógico/matemática: habilidade de raciocínio, computação numérica, resolução de problemas, pensamento científico; Espacial: habilidade de representar e manipular configurações espaciais; Corporal/cinestésica; habilidade de usar o corpo inteiro ou parte dele para a realização de tarefas; Interpessoal: habilidade de compreender outras pessoas e contextos sociais; Intrapessoal: capacidade de compreender a si mesmo, tanto sentimentos e emoções, quanto estilos cognitivos e inteligência; Naturalística: habilidade de perceber padrões complexos no ambiente natural;

Isso nos leva ao seguinte conceito: 

“Portadores de altas habilidades/superdotados são os educandos que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual superior, aptidão acadêmica específica pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança talento especial para artes e capacidade psicomotora.”

A superdotação como um fenômeno multidimensional agrega todas as características de desenvolvimento do indivíduo sejam eles: 

- aspectos afetivos, 

- cognitivos, 

- neuropsicomotores e de 

- personalidade.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, em sua série de Adaptações Curriculares, Saberes e Práticas da Inclusão (Brasil, 2004), publicada pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, atribui traços como comuns aos superdotados:

Alto grau de curiosidade: Boa memória; Atenção concentrada; Persistência; Independência e autonomia: Interesse por áreas e tópicos diversos; Facilidade de aprendizagem; Criatividade e imaginação; Iniciativa; Liderança; Vocabulário avançado para a sua idade cronológica; Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de ideias); Habilidade para considerar pontos de vista de outras pessoas; Facilidade para interagir com crianças mais velhas ou com adultos; Habilidade para lidar com ideias abstratas; Habilidade para perceber discrepâncias entre ideias e pontos de vista; Interesse por livros e outras fontes de conhecimento; Alto nível de energia; Preferência por situações/objetos novos; Senso de humor; Originalidade para resolver problemas;

Problemas emocionais frequentes:

- Dificuldades nos relacionamentos sociais

- Dificuldade em aceitar críticas; 

- Não conformismo e resistência à autoridades; 

- Recusa em realizar tarefas rotineiras e repetitivas; 

- Excesso de competitividade; 

- Intensidade de emoções; 

- Preocupações éticas e estéticas; 

- Ansiedade; Autoconsciência elevada;

Quando se fala em superdotação é necessário que se tenha em mente sobre esse grupo:

a. Heterogeneidade: diversidade de habilidades e grau de manifestação.

b. Multipotencialidade: confluência de habilidades e interesses característicos de alguns indivíduos.

c. Assincronia no desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicomotor e social.

d. Possibilidade de desenvolvimento de problemas emocionais, de aprendizagem, comportamental e social.


Fonte (adaptado): Universidade Federal do Rio Grande do Sul




Prof. Me. Munier Abrão Lacerda (Muna) - Brasil

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